Tabela I. Avaliação da Composição Corporal de Mulheres Submetidas a Cirurgias Plásticas
Variáveis | Total da amostra = 26 | |
Média | DP | |
Peso Atual (kg) | 66 | 10,36 |
Altura (cm) | 1,63 | 0,05 |
IMC (kg/m2) | 24,88 | 4,01 |
Idade | 36 | 8,22 |
Nota: DP – Desvio Padrão, IMC – Índice de Massa Corporal
Estes dados coincidem com os estudos de Coqueiro et al. [20] que analisou dados de 256 universitários matriculados no curso de Educação Física, onde observou não haver associação entre IMC e insatisfação com a imagem corporal, pois grande parte dos indivíduos, independentemente da classificação do IMC (adequado ou inadequado), apresentaram insatisfação com o seu tamanho e forma corporais. Alguns estudos mostram que, em pacientes recebendo suplementos alimentares, o peso e a função muscular no pré-operatório apresentaram-se consideravelmente melhores do que em pacientes sem suplementação, além da menor incidência de complicações pós-operatórias [21]. Portanto, a terapia nutricional deve ocorrer tanto no pré quanto no pós-operatório, visto que a correção da desnutrição deve-se iniciar antes do tratamento, para melhor obtenção dos resultados, redução de complicações pós-operatórias e de mortalidade [22].
Sendo assim, foi avaliada a porcentagem de adequação do Valor Energético Total (VET) ingerido pelas pacientes, de macronutrientes, das vitaminas A e C, dos minerais, ferro, cobre, zinco e magnésio em relação ao RDA, como importantes no processo de recuperação do paciente cirúrgico, principalmente com relação à cicatrização de feridas. Observou-se uma ingestão energética diária de 11,54% inferior a 1000 calorias/dia, 23,08% de 1000 a 1200 calorias/dia, 11,54% de 1200 a 1400 calorias/dia, 26,92% de 1400 a 1600 calorias/dia e 26,92% acima de 1600 calorias/dia (tabela II). Portanto, abaixo das necessidades diárias se obtida pela fórmula de Harris-Benedict, corrigida pelos fatores de atividade, estresse e fator térmico (tabela III).
Tabela II- Ingestão Energética Total Obtida e a Distribuição de Macronutrientes da Dieta de Mulheres Submetidas a Cirurgias Plásticas (Ribeirão Preto/2010)
Variáveis | Ingestão Energética | ||
Total da amostra = 26 | % | N | |
EnergéticoKcal/dia | |||
≤1000 | 11,54 | 3 | |
1000/1200 | 23,08 | 6 | |
1200/1400 | 11,54 | 3 | |
1400/1600 | 26,92 | 7 | |
≥1600 | 26,92 | 7 | |
Carboidratos | Acima de 50% | 61,54 | 16 |
Abaixo de 50% | 38,46 | 10 | |
Lipídios | Acima de 30% | 30,77 | 8 |
Abaixo de 30% | 69,23 | 18 | |
Proteínas | Acima de 20% | 57,69 | 15 |
Abaixo de 20% | 42,31 | 11 |
Considerando que há um aumento nas necessidades energéticas no pós-operatório de diversos tipos de trauma, é necessário aplicar um fator de correção de estresse para aumentar a taxa metabólica basal do paciente cirúrgico, embora a oferta de energia não deva ultrapassar 25 a 35 kcal/kg/dia, pois em função do perfil metabólico no trauma, o organismo é incapaz de metabolizar de forma adequada uma quantidade elevada de energia. Ao contrário do que se observa no jejum, o catabolismo nessas situações não é bloqueado pela simples oferta de nutrientes, visto estar ligado à atividade inflamatória sistêmica e ao padrão hormonal desencadeado. Deste modo, a distribuição do valor energético total em (%) de carboidratos, lipídios e proteínas da dieta, de acordo com o nível de estresse (1 a 3), deve ser respectivamente, 50%, <30% e 20% [23].
Em relação ao presente estudo, essa distribuição não se mostrou adequada entre a população estudada quanto à ingestão de carboidratos da dieta onde 57,71% apresentaram ingestão acima de 50% e quanto à proteína da dieta, 57,60% apresentaram ingestão acima de 20%. O mesmo não aconteceu com a ingestão de lipídios da dieta, pois somente 21,73% apresentaram ingestão acima de 30% (tabela II).
A oferta energética visa a diminuir a degradação do músculo esquelético e dos depósitos lipídicos, impedindo a desnutrição [10]. Assim, as necessidades energéticas e protéicas do paciente deverão ser elevadas, adequando-se à intensidade do estresse. [24]. A glicose é a fonte de energia preferencial durante o processo de cicatrização, necessária para a síntese de colágeno [6].
Pacientes com depleção protéica que aguardam a operação apresentam dificuldade na cicatrização da ferida [9]. Em resposta ao trauma cirúrgico, as concentrações de proteínas viscerais positivas denominadas proteína C reativa (PCR), C3a, ⍺-1 glicoproteína ácida, amilóide sérico e, classe dois: fibrinogênio, heptoglobulina, ⍺-1 quimiotripsina, ⍺-1 lantitripsina, apresentam concentrações elevadas durante a fase aguda. Enquanto que as reativas