Inicio > Psicología > O espelho por trás da dança movimento terapia > Página 6

O espelho por trás da dança movimento terapia

clínica supervisionada (Cigaran, 2009).

CONCLUSÃO

De acordo com os terapeutas da DMT, o movimento corporal pode conduzir a alterações psicológicas que se traduzem numa melhoria da saúde da pessoa, bem como no seu desenvolvimento pessoal (Fischman, 2001; Painado & Muzel, 2012). É com base neste pressuposto que surge a DMT que, com as suas diferentes abordagens e especificações, pretende fazer com que o terapeuta auxilie o cliente a aceder ao seu inconsciente e às suas emoções, bem como a relacioná-las com o seu estado de saúde, sem nunca o julgar ou estigmatizar (Cigaran, 2009; Rodríguez, 2011; Santana, 2009).

A essência multidisciplinar da DMT possibilita a análise de toda a capacidade de expressão criativa e artística ao longo de um processo terapêutico. Deste modo, as pesquisas que têm vindo a ser concretizadas possibilitam que estas capacidades possam ser sustentadas, bem como conceitos como emoção, imagem corporal, autoconceito, e empatia. Assim, a DMT torna-se uma profissão num ponto entre arte e ciência (Rodríguez, 2011). Contudo, dado a natureza das investigações efetuadas até à data, é necessário aperfeiçoar o design das mesmas no sentido de se conseguir uma demonstração empírica da eficácia da DMT (Koch, Kunz, Lykou & Cruz, 2014).

Das investigações realizadas, convém salientar a descoberta de existência dos neurónios-espelho que vieram confirmar o que se aplica na DMT aquando da utilização da técnica de “Espelhamento”. Assim, esta técnica, de tão grande relevância clínica para a DMT, passa a ser fundamentada a partir de uma base neurológica​​ (Berrol, 2006; Rodríguez, 2011).

Apesar de ainda existir pouca sustentação empírica, os benefícios da DMT vão tornando-se evidentes para cada vez mais pessoas, sendo maior o número de quem recorre à mesma para se descobrir a si próprio, através do seu movimento (Fischman, 2001).

Na consecução deste artigo o principal desafio cingiu-se nomeadamente à recolha de informação relevante para a sustentação neuropsicológica da DMT, sendo imprescindível que investigações futuras sejam desenvolvidas.

 Em modo de conclusão, e recorrendo às palavras de Rodríguez (2011), de forma a resumir tudo o que a DMT comporta:

“La Danza Movimiento Terapia revive el arte de la danza en sus elementos fundamentales: el ritmo, como una forma especial de conectar el movimiento en el espacio y el tiempo; la música, el arte de la composición, el juego del cuerpo en relación con el peso y la gravedad, la armonía como una forma de reconocer y activar las conexiones que dan estructura a nuestro cuerpo y la belleza del gesto corporal sentido en lo más profundo por el bailarín” (p.9).

BIBLIOGRAFIA

Berrol, C. (2006). Neuroscience Meets Dance/Movement Therapy: Mirror Neurons, the Therapeutic Process and Empathy. The Arts in Psychotherapy, 33, 302-315.

Bräuninger, I. (2014). Specific dance movement therapy interventions—Which are successful? An intervention and correlation study. The Arts in Psychotherapy, 41, 445-457.

Federman, D. (2011). Kinaesthetic Change in the Professional Development of Dance Movement Therapy trainees,. Body, Movement and Dance in Psychotherapy: An International Journal for Theory, Research and Practice, 6 (3), 195-214.

Fischman, D. (2001). Danzaterapia: orígenes y fundamentos. Obtido de Brecha: http://www.brecha.com.ar/danzaterapia_origenes_fundamentos.pdf

Hari, R., & Kujala, M. (2009). Brain Basis of Human Social Interaction: From Concepts to Brain Imaging. Physiol Rev, 89, 453-479.

Koch, S., Kunz, T., Lykou, S., & Cruz, R. (2014). Effects of dance movement therapy and dance on health-related psychological outcomes: A meta-analysis. The Arts in Psychotherapy, 41, 46-64.

Painado, M., & Muzel, A. (2012). A Contribuição da Dançaterapia no Processo de Reabilitação. Revista da Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva, 1-6.

Peto, A. (2000). Terapia Através da dança com Laringectomizados: Relato de Experiência. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 8 (6), 35-39.

Popa, M., & Best, P. (2010). Making Sense of Touch in Dance Movement Therapy: A Trainee’s Perspective. Body, Movement and Dance in Psychotherapy: An International Journal for Theory, Research and Practice, 5 (1), 31-44.

Pylvänäinen, P. (2010). The dance/movement therapy group in a psychiatric outpatient clinic: explorations in body image and interaction. Body, Movement and Dance in Psychotherapy: An International Journal for Theory, Research and Practice, 5 (3), 219-230.

Ritter, M., & Graff, K. (1996). Effects of Dance/ Movement Therapy: A Meta-analysis. The Arts in Psychotherapy, 23 (3), 249-260.

Rodríguez, S. (2009). Danza Movimiento Terapia: Cuerpo, Psique y Terapia. Avances en Salud Mental Relacional, 8 (2), 1-20.

Rodríguez, R. (2011). Uniendo Arte y Ciencia a través de la Danza Movimiento Terapia. Danzaratte: Revista del Conservatorio Superior de Danza de Málaga, 7, 4-11.

Rust-D’Eye, A. (2013). The Sounds of the Self: Voice and Emotion in Dance/Movement Therapy. Body, Movement and Dance in Psychotherapy: An International Journal for Theory, Research and Practice, 8 (2), 95-107.

Santana, N. (2009). El Papel de la Danza Movimiento Terapia en una instituición de salud mental. Avances en Salud Mental Relacional, 8 (3), 1-8.

Victoria, H. (2012). Creating Dances to Transform Inner States: A Choreographic Model in Dance/Movement Therapy. Body, Movement and Dance in Psychotherapy: An International Journal for Theory, Research and Practice, 7 (3), 167-183.

Vieira, L. (2008). Dança Movimento Terapia: No Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa. Bipolar – Revista da Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares, 34, 11.

Wengrower, H. (2010). The Dance of Discovery: Research and Innovation in Dance/Movement Therapy. Body, Movement and Dance in Psychotherapy: An International Journal for Theory, Research and Practice, 5 (2), 203-205.