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Aspectos metabólicos e a influência da atividade física na gênese da obesidade

obesas, é atribuída a alterações no receptor de leptina ou a uma deficiência em seu sistema de transporte na barreira hemato-cefálica, fenômeno denominado resistência á leptina (CINTRA et al, 2004) (7).

O pico da liberação de leptina ocorre durante a noite e nas primeiras horas da manhã. Estudos recentes afirmam que indivíduos que dormem menos têm maior probabilidade de se tornarem obesos, o encurtamento do sono aumenta a razão grelina/leptina, provocando aumento do apetite e da fome (ROMERO; ZANESCO, 2006) (28).

A grelina é um neuropeptídio secretado em diversas células endócrinas principalmente no estômago. Os níveis de grelina aumentam e diminuem de acordo com a ingestão alimentar. Evidências científicas demonstram que o neuropeptídio Y(NPY) estimula a liberação de grelina no estômago, aumentando assim a ingestão alimentar dos obesos (NAVES; PASCHOAL, 2007) (25).

Os níveis de grelina mantêm-se altos nos períodos de jejum e nos períodos que antecedem as refeições, caindo imediatamente após as refeições. O aumento na concentração de grelina diminui a ação da leptina e a ação da leptina diminui a ação da grelina (HALPERN, RODRIGUES, COSTA, 2004) (14).

O neuropeptídio Y esta envolvido com a compulsão alimentar durante a noite, com o aumento na quantidade de alimento ingerido, o número de episódios de ingestão alimentar, com o tempo gasto para comer, e os intervalos entre a ingestão alimentar. E que tanto a diminuição quanto o aumento na atividade do NPY resultam em hiperfagia e obesidade (NAVES E PASCHOAL, 2007) (25).

A obesidade central é caracterizada pelo aumento da produção de cortisol, devido a uma hiperatividade do hipotálamo. A estimulação do eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal induz alterações hormonais e anormalidades endócrinas como distúrbios na concentração do cortisol, do hormônio do crescimento entre outros. O cortisol considerado indicador de depósito de gordura localizada, pois, a excreção aumentada de cortisol livre na urina é diretamente proporcional a relação entre a circunferência da cintura e do quadril (DA SILVA et al, 2002) (9).

Lopes (2007) (18), ressalta ainda a apnéia obstrutiva do sono, uma condição clínica freqüente em obesos, e a sua correlação no aumento da atividade simpática, na resistência insulínica, na hiperleptinemia, na hipercitocinemia resultantes da obesidade.

Para Naves (2007) (25), as alterações hipotalâmicas e hormonais devem ser consideradas pelos profissionais quando se trata da fisiopatologia da obesidade, bem como as complicações metabólicas e funcionais ocorridas por desequilíbrios nutricionais.

OBESIDADE

A definição do peso corporal é uma função do balanço de energia e de nutrientes ao longo de um período de tempo. O metabolismo energético é determinado pela ingestão de macronutrientes, pelo gasto energético e pela termogênese dos alimentos, assim, o balanço energético positivo por meses resultará em ganho de peso corporal na forma de tecido adiposo, enquanto o balanço energético negativo resultará no efeito contrário (HALPERN; RODRIGUES, COSTA, 2004) (14).

Sua causa pode ser favorecida por um número aumentado de fatores etiológicos, que podem agir em qualquer fator do equilíbrio energético, como: ingestão alimentar, gasto energético, ou em ambos, e pode ser dividida em hipertrófica – pelo aumento no tamanho dos adipócitos, e hiperplásica – por aumento no número dos adipócitos. Sua expressão fenotípica resulta da interação entre fatores genéticos e ambientais. O genoma participa em 30% sobre a expressão fenotípica de um índice de massa corporal aumentado. Os 70% restantes, 10% são fatores transmissíveis pela cultura e 60% não transmissíveis. Em alguns casos, o componente ambiental tem papel secundário na determinação do peso corporal (NUNES et al, 1998) (26).

Halper et al (1995), apud Sigulen et al (2001) (32), afirma que a história familiar é de extrema importância para determinar a ocorrência da obesidade e de outros distúrbios de comportamento alimentar. Uma criança com pais obesos tem 80% de chance de apresentar o mesmo perfil nutricional, e esse risco cai pela metade se apenas um dos pais for obeso. Se nenhum dos pais apresentarem obesidade, a criança tem risco de apenas 7% de expressar está patologia.

Existem três períodos críticos para o início da obesidade, no início da infância durante o primeiro ano de vida em que, o tamanho das células adiposas dobra, um segundo período entre os 5-7 anos de idade, está associado com aumento progressivo do número de células adiposas. Este tipo de obesidade se caracteriza por mudanças anatomopatológicas que provocam hiperplasia das células. Também na adolescência, existem alterações hormonais, que se caracterizam pela hiperplasia dos adipócitos, e o impacto psicológico que representa o desenvolvimento de transtornos da conduta alimentar (UNIFESP, 2009) (36).

O excesso de gordura também se manifesta, durante a vida adulta, no período entre os 25 e os 44 anos, constituindo a época mais perigosa, em que o aumento ligeiro na ingestão diária de alimentos, causa aumento substancial do peso (McARDLE; KATCH; KATCH, 1998) (23).

Dados recentes do Programa de Orçamento Familiar (POF) em2002 (15), revelaram que cerca de 40% dos adultos no Brasil estão com excesso de peso, e que 8,9% dos homens e 13,1% das mulheres são obesos.

O aumento da prevalência da obesidade em várias regiões do mundo se revela como um dos mais importantes fenômenos da atualidade. Inúmeros estudos que abordam as diferentes facetas epidemiológicos desta doença revelam números que surpreendem a cada ano, partindo de uma prevalência global de 10% em 1960. A população dos Estados Unidos possui hoje mais de 30% de pessoas com Obesidade, portanto projeções da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam para prevalências maiores que 50% nos Estados Unidos e maiores que 25% no Brasil, no ano de 2025 (DANTAS; SOARES; FRANK, 2007) (8).

O grau de excesso de gordura, sua distribuição e as conseqüências para a saúde variam, consideravelmente, entre os indivíduos obesos, é de extrema importância identificar a obesidade, pois os portadores dessa condição apresentam risco aumentado de morbidade e mortalidade (SIGULEM et al, 2001) (32).

Os depósitos de gordura distribuídos ao longo do corpo, não são constituídos de um único tipo de célula. As células de gordura localizadas ao redor da cintura e no abdômen têm uma atividade metabólica superior a gordura localizada nas coxas e nas nádegas (DA SILVA et al, 2002) (9).

O percentual de gordura corporal segundo Mcardle, Katch e Katch (1998) (23), não deve ultrapassar 20% para homens, e 30% para mulheres. Acima destes padrões de referência não serão aceitos como normais e sim adiposidade excessiva.

A circunferência do abdômen é um ótimo parâmetro de avaliação, por demonstrar uma forte