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Aspectos metabólicos e a influência da atividade física na gênese da obesidade

saúde pública, implementando programas de ação direcionados a população. Também das entidades empresariais e científicas em conjunto com os meios de comunicação no combate ao sedentarismo, na disseminação de hábitos saudáveis e na massificação da prática orientada de atividade física.

DIETOTERAPIA APLICADA A OBESIDADE

A dieta e o comportamento alimentar são denominados como um conjunto de ações praticadas em relação ao alimento que seguem critérios que variam de acordo com a decisão do que comer, o modo de preparo, o horário e a freqüência das refeições e ainda com o cotidiano, hábitos familiares e socioculturais (AUGUSTO et al, 2002) (2).

Os hábitos alimentares são definidos desde o nascimento até os primeiros anos de vida com repercussão ao longo de toda a vida a infância é a fase de constante crescimento e desenvolvimento sendo necessário à ingestão de alimentos mais nutritivos para promover o crescimento e desenvolvimento adequado. A adolescência é caracterizada pelo aumento constante na ingestão alimentar necessitando de uma demanda maior de nutrientes em decorrência do desenvolvimento físico. Na terceira idade o organismo passa por inúmeras alterações na composição corporal decorrentes do envelhecimento que influenciam de maneira direta o consumo alimentar e a absorção de nutrientes (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2008) (22).

Estudos evidenciam que em obesos a restrição alimentar por mais de 3 horas ativa a produção endógena de cortisol, sendo que o hipercortisolismo também pode mediar à compulsão alimentar (NAVES; PASCHOAL, 2007) (25). O fracionamento alimentar com seis refeições ao dia contribui com a redução da fome e evita uma supercompensação nas próximas refeições (BLUNDELL et al, 1993) (4).

O tratamento dietoterápico através da redução alimentar é atualmente o mais indicado quando o objetivo é o controle da obesidade ou melhora do estado de saúde, que deve estar diretamente associado à restrição de calorias através da escolha de alimentos adequados (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2008) (22). No entanto essa limitação energética não deve incluir jejum prolongado, que apresente risco para saúde resultando um desequilíbrio metabólico e dificultando a redução de peso (FRANCISCHI; PEREIRA; LANCHA JÚNIOR, 2001) (10). Para que seja satisfatório deve estar associado ao aumento na pratica de exercícios e na conscientização sobre a importância da mudança no estilo de vida.

As dietas de tratamento fácil que promovem uma perda de peso rápida são denominadas dietas da moda, que apesar dos resultados imediatos não são saudáveis e podem causar deficiências de nutrientes (PECKENPAUGH; POLEMAN, 1997) (27). Uma dieta balanceada fornece a quantidade exata de energia e nutrientes através da combinação de carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais (BREWER, 1998) (3). As recomendações diárias adequadas da ingestão de nutrientes para atender as necessidades são de (50 a 55%) de carboidratos, (15 a 25%) de proteínas e os lipídios não devem exceder 30% do Valor Energético Total (VET) (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2008) (22).

O ideal é praticar um regime alimentar variado, rico em legumes, vegetais e frutas evitando alimentos muito energéticos associado a pratica de atividade física a fim de que a perda de peso ocorra e seja mantida a longo prazo (SALVO, 1998) (31).

O tratamento dietoterápico através da redução alimentar é atualmente o mais indicado quando o objetivo é o controle da obesidade ou melhora do estado de saúde, que deve estar diretamente associado à restrição de calorias através da escolha de alimentos adequados. Para que seja satisfatório deve estar associado ao aumento na pratica de exercícios e na conscientização sobre a importância da mudança no estilo de vida (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2008) (22).

O essencial para um programa de perda de peso é planejar uma dieta individual que apresente um déficit de 500 a 1000 calorias para garantir uma perda de peso de 0,5 a1,0 kg por semana (SUPLICY, 2005) (35).

Para Francischi, Pereira e Lancha Júnior (2001) (10), a taxa de perda de peso não deve ultrapassar 1,5 kg por semana sendo o ideal para evitar problemas de saúde.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante muitos anos acreditava-se que a obesidade era resultado unicamente do excesso na ingestão de alimentos calóricos pelos obesos. Essa visão simplista e preconceituosa não corresponde à realidade que aponta a obesidade como um dos maiores problemas de Saúde Pública na atualidade. Após anos de pesquisas e inúmeros avanços da medicina sabe-se que uma combinação de fatores genéticos, metabólicos, neuroendócrinos, dietéticos, sociais, familiares e psicológicos estão envolvidos na gênese da obesidade.

Um tratamento eficiente não deve ser resumido apenas no cálculo do balanço energético, como numa ciência exata, mas sob a análise de que vários mecanismos neurais, químicos, e hormonais mantém o balanço energético e a bioquímica de todo o organismo. E o mau funcionamento de um desses mecanismos pode contribuir e deve ser considerado numa abordagem terapêutica pelo profissional, antes e durante todo o tratamento.

É necessário que o profissional ligado ao treinamento conheça profundamente, os processos bioquímicos e metabólicos que envolvem a fisiopatologia da obesidade. O conhecimento dessas interações é fundamental para garantir a efetividade do tratamento e para um melhor entendimento de que muitas vezes a resistência á perda de peso pode estar relacionada ao desequilíbrio funcional de muitos órgãos e tecidos.

A continuidade dos estudos pelos profissionais da área da saúde é fundamental para uma maior compreensão das dificuldades psíquicas, sócias, ambientais e culturais envolvidas na adesão ao tratamento pela população, e para a estruturação de um modelo de atenção básica que possibilite mudanças no estilo de vida para a melhoria do bem estar e da qualidade de vida dos obesos.

REFERÊNCIAS

1. ASTRAND, P.O; OLIVEIRA, A. R. Atividade Física e Saúde, Tratado de Fisiologia do Trabalho: Bases Fisiológicas do Exercício, Porto Alegre: Artmed, 2006.

2. AUGUSTO, A.L.P.et al. Terapia Nutricional. São Paulo: Atheneu, 2002.

3. BREWER, S.M.D. Saúde e alimentação, São Paulo: Manole, 1998. p. 26.

4. BLUNDELL, J.E et al. Dietary fat and the control of energy intake: evaluating the effects of fat on meal size ans Pos-meal Satiety. Am J Clin Nutr., v.57, p. 772-778, 1993.

5. CARVALHO, T. et al. Atividade Física e Saúde, Projeto Diretrizes, Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. São Paulo: AMB& CFM, 2001.

6. CHIARA V.L; et al. Circunferência de Cintura como indicadores de excesso de massa corporal em adolescentes, Rev. Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v.12, n.3, p.368-377, set, 2009.